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o panorama da leitura nos alunos de um curso profissional de comunicação
Nos últimos dez anos os hábitos de leitura dos portugueses aumentaram, mas o aumento é mais significativo a nível dos jornais (mais 20%) do que nos livros (mais 7%). Oito em cada dez portugueses, alfabetizados e com 15 anos ou mais, lêem jornais, enquanto apenas pouco mais de metade desta população (57%) lê livros, constata o estudo do Observatório das Actividades Culturais que é apresentado hoje na conferência do Plano Nacional de Leitura que está a decorrer na Fundação Calouste Gulbenkian. "A leitura em Portugal" é o primeiro estudo exaustivo do género realizado nos últimos dez anos, tendo incidido sobre um universo de 7,5 milhões de habitantes residentes no continente alfabetizados e com mais de 15 anos. Os dados resultam de cerca de duas mil entrevistas realizadas entre Novembro de 2006 e Janeiro deste ano. Umas das causas apontadas para o aumento da leitura de jornais é o aparecimento de vários títulos gratuitos, que representam 23,2% do tipo de imprensa consumida. Os portugueses lêem sobretudo diários generalistas, regionais e desportivos e dão mais importância às notícias sobre problemas sociais, seguindo-se o desporto. Os jornais são mais lidos por homens, enquanto no consumo de revistas (efectuado por 73%) as mulheres prevalecem. Quanto aos livros, a subida nos índices de leitura foi mais ténue e o estudo mostra que a média de obras consumidas, pelos 57% de leitores, oscila entre as 2 a 5 por ano. Apenas sete por cento lê anualmente entre 11 a 20 livros, excluindo os livros escolares. Há mais mulheres que homens a ler livros (64 contra 49%) e os estudantes são claramente preponderantes (87,5%). As preferências gerais vão para livros de autores portugueses. Apesar da maioria dos portugueses dizer que tem livros em casa, as bibliotecas pessoais são muito parcas: sem contar com os livros escolares, 30% diz ter em casa entre 21 e 50 livros. O início de aprendizagem da leitura acontece entre os seis e sete anos e os incentivos para que os inquiridos lessem mais na infância foi feito sobretudo pelos pais e pelos professores. Cerca de 1,3 milhões de portugueses frequentam bibliotecas, mas mais uma vez são estudantes, entre 15 e 24 anos, que prevalecem entre este grupo. Paralelamente ao documento do observatório, é também apresentado hoje na Gulbenkian o estudo "O Estudantes e a Leitura", encomendado à Universidade Católica pelo Ministério da Educação. Uma das conclusões significativas é que, a partir do segundo ciclo, o gosto e os hábitos de leitura diminuem com o avançar da escolaridade. No segundo ciclo, só 4,4% das crianças afirmam não despender qualquer momento do seu dia nesta actividade, uma percentagem que aumenta exponencialmente para os 22% no terceiro ciclo e os 22,9% no ensino secundário. Por oposição, a percentagem de alunos que afirmam ler diariamente entre meia hora e uma hora cai dos 52% no segundo ciclo para os 40% no terceiro, atingindo o valor mais baixo no secundário, com apenas 37%. A influência dos professores na leitura regista, curiosamente, uma tendência inversa, já que aumenta com o nível de escolaridade, passando dos 10% no segundo ciclo para os 11% no terceiro e para os 13% no secundário. A diminuição do tempo dedicado à leitura está relacionada com o decréscimo do prazer que os alunos retiram da leitura com o avançar dos anos de escolaridade. Assim, 54% dos alunos do segundo ciclo afirmam retirar grande divertimento desta actividade, um valor muito superior ao registado no terceiro ciclo e no secundário, onde não vai além dos 38% e dos 31%, respectivamente. Alexandre Costa |
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